Deputada desconstrói bancada evangélica
com discurso pró-Ciência e é aplaudida
Deputada toma a palavra durante audiência
pública na Comissão de Educação após ouvir que a ciência deveria estar
circunscrita às universidades, e não ao Estado.
Durante audiência pública da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, na manhã desta terça-feira, 10 de novembro, a deputada federal Margarida Salomão (PT) defendeu o debate das questões de gênero nas escolas públicas e foi aplaudida com entusiamos (vídeo com a íntegra do discurso da deputada Margarida Salomão).
O tema da discussão foi a inclusão da “ideologia de gênero e orientação sexual” entre as diretrizes da Conferência Nacional de Educação de 2014 para aplicação do Plano Nacional de Educação (Lei 13.005/14).
Em sua fala, a deputada, que é mestre em Linguística pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e doutora também em Linguística pela Universidade de Berkeley (EUA), afirmou que “respeita profundamente as diferentes crenças, mas isso não me impede de fazer alguns posicionamentos com muita clareza”.
Após ouvir que a ciência deveria estar circunscrita às universidades, e não ao Estado, a deputada rebateu:
“A educação moderna é inteiramente comprometida com a ciência. O Estado, sendo o principal propositor das políticas educacionais, acaba se comprometendo sim. Por exemplo, vou lhe dizer, nós não ensinamos na escola que a Terra se move em torno do Sol. Nós ensinamos na escola que a Terra se move em torno de si mesma.
Isso foi considerado, há coisa de 400 anos atrás, uma heresia. Em 1992, quando se comemorava os 350 anos da morte de Galileu, o papa João Paulo II pediu perdão a Galileu em nome da Igreja. Pediu perdão pelo sofrimento e a perseguição que infligiu a Galileu.
Eu pergunto: Quanto tempo será que vamos demorar para pedir perdão às mulheres, aos homossexuais e aos transgêneros simplesmente por não querermos fazer aquilo que nós estamos cientificamente endossados para fazer?”
FONTE: Pragmatismo Político
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