sábado, 3 de janeiro de 2015

"Luiz Carlos Prestes entrou vivo no Panteon da História" (Romain Roland, 1936, Prêmio Nobel de Literatura)






Por Marcos Cesar de Oliveira Pinheiro

Queiram ou não os seus adversários e críticos de plantão, a ausência física de Luiz Carlos Prestes não nos impede de falar de legados políticos, entendidos como um conjunto de valores e princípios de modo a formar uma cultura política. Dos pilares dessa cultura política, o historiador Lincoln de Abreu Penna enumera três, ao participar do Seminário "Prestes - 20 anos sem o Cavaleiro da Esperança", realizado pela UFRJ, em setembro de 2010: o repúdio às injustiças sociais e a luta para superá-las; o primado do altruísmo, da solidariedade, sobre o individualismo; a vontade política voltada às transformações como motivação das ações na vida pública. Sobre eles, Lincoln traça os seguintes comentários:

O primeiro pilar esteve presente no engajamento de Prestes quando ainda jovem oficial do exército. Revoltou-se e liderou ao longo da década de vinte o movimento tenentista;O segundo acompanhou toda a sua trajetória de vida. O altruísmo e a solidariedade aos companheiros e aos segmentos sociais ligados ao mundo do trabalho sempre deixaram em segundo plano eventuais desejos individuais;E no que se refere ao terceiro pilar, a postura revolucionária o levou a trilhar uma das mais destacadas vidas no campo das lutas em defesa do ideário socialista;É por essa razão que a esperança foi intensamente representada pela figura do seu Cavaleiro, a percorrer o Brasil de Norte a Sul, de Leste à Oeste, levando a bandeira da libertação.

O historiador Lincoln Penna, conclui afirmando que de Prestes devemos guardar alguns princípios e ensinamentos:
O princípio da coerência ideológica;O ensinamento de que o compromisso com a causa da revolução supera os eventuais interesses individuais;O princípio e o ensinamento do dever cívico, que passa pela defesa da soberania nacional e do internacionalismo;A integridade moral diante das adversidades;A capacidade de contrariar maiorias, tendências dominantes, em nome da determinação da luta

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