Traduzida diretamente do alemão para o português por Rubens Enderle, Nélio Schneider e Luciano Martorano, com texto final de Rubens Enderle, a edição da Boitempo tem introdução escrita por Emir Sader e supervisão editorial de Leandro Konder, um dos maiores estudiosos do marxismo no Brasil. Além disso, será a versão mais fiel aos originais deixados pelos autores, pois é a primeira no mundo traduzida a partir da inovadora Mega-2.
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A ideologia alemã é considerada por muitos estudiosos a obra de filosofia mais importante de Marx e Engels. Escrita entre os anos 1845-1846, representa a primeira exposição estruturada da concepção materialista da história e é o texto central dos autores acerca da religião. Nela eles concluem um acerto de contas com a filosofia de seu tempo – tanto com a obra de Hegel como com os chamados “hegelianos de esquerda”, entre os quais Ludwig Feuerbach. Esse ajuste passou antes pelos Manuscritos econômico-filosóficos, por A sagrada família, por A situação da classe trabalhadora na Inglaterra, para alcançar em A Ideologia alemã sua primeira formulação articulada como método próprio de análise.
A crítica – quase toda em tom sarcástico – dos dois filósofos ridiculariza o idealismo alemão e articula as categorias essenciais da dialética marxista (como trabalho, modo de produção, forças produtivas, alienação, consciência), constituindo assim um novo corpo teórico. A tradução dos capítulos I e II, respectivamente dedicados à polêmica com Feuerbach e Bruno Bauer, baseia-se na edição da Mega-2 (Marx-Engels Gesamtausgabe), texto que foi antecipado no Marx-Engels Jahrbuch. Nessa nova edição, os manuscritos de Marx e Engels aparecem em sete seções, ordenadas cronologicamente, e são reproduzidos tal como foram deixados pelos autores. A nova organização do volume revoluciona a forma como até então A ideologia alemã foi lida e interpretada, principalmente no que diz respeito a seu primeiro capítulo, que Marx e Engels deixaram inacabado.
Fora da Alemanha, é a primeira vez que as sete partes do manuscrito de Marx e Engels sobre Feuerbach são apresentadas ao leitor como textos independentes, em sua fragmentação originária, sem sofrer as montagens mais ou menos arbitrárias que os diversos editores (desde a edição de Riazanov, em 1926) imputaram à obra.
Esse tratamento editorial esmerado levou à descoberta de que Marx e Engels, até o fim de 1845, não haviam concebido o plano de escrever A ideologia alemã, pelo menos não com esse título. Foi a partir de um artigo de Marx intitulado “Contra Bruno Bauer” que, em novembro de 1845, nasceram os manuscritos que, meses mais tarde, dariam corpo ao projeto inacabado de A ideologia alemã. Esse artigo, inédito no Brasil, compõe a nova edição da Boitempo Editorial, assim como uma série de anexos (apêndice, índices, cronologia, notas filológicas) preparados especialmente para esta publicação e atualizados com base nos mais recentes estudos sobre essa fundamental obra.
PRIMEIRA PARTE
Artigos, rascunhos, textos prontos para impressão e anotações referentes aos capítulos “I. Feuerbach” e “II. São Bruno”
VOLUME I
[Crítica da mais recente filosofia em seus representantes Feuerbach, B. Bauer e Stirner]
KARL MARX – CONTRA BRUNO BAUER
KARL MARX • FRIEDRICH ENGELS – FEUERBACH E HISTÓRIA
Rascunho das páginas 1 a 29
Rascunho das páginas 30 a 35
Rascunho das páginas 36 a 72
Anotações
KARL MARX • FRIEDRICH ENGELS – FEUERBACH
KARL MARX • FRIEDRICH ENGELS – I. FEUERBACH
A. A IDEOLOGIA EM GERAL, EM ESPECIAL A ALEMÃ
KARL MARX • FRIEDRICH ENGELS – I. FEUERBACH (INTRODUÇÃO)
1. A IDEOLOGIA EM GERAL, EM ESPECIAL A FILOSOFIA ALEMÃ
KARL MARX • FRIEDRICH ENGELS – I. FEUERBACH – FRAGMENTO 1
KARL MARX • FRIEDRICH ENGELS – I. FEUERBACH – FRAGMENTO 2
KARL MARX • FRIEDRICH ENGELS – O CONCÍLIO DE LEIPZIG
KARL MARX • FRIEDRICH ENGELS – II. SÃO BRUNO
1. “Campanha” contra Feuerbach
2. Considerações de São Bruno sobre a disputa entre Feuerbach e Stirner
3. São Bruno contra os autores d’A sagrada família
4. Necrológio de “M. Heß”
SEGUNDA PARTE
Textos prontos para impressão e rascunhos referentes aos capítulos “III. São Max”, “IV. Karl Grün: ‘O movimento social na França e na Bélgica’ (Darmstadt, 1845) ou A historiografia do socialismo verdadeiro”, e “V. ‘O Dr. Georg Kuhlmann von Holstein’
ou A profecia do socialismo verdadeiro”
III. SÃO MAX
1. O ÚNICO E SUA PROPRIEDADE
ANTIGO TESTAMENTO: O HOMEM
1. Gênesis, isto é, Uma vida humana
2. Economia do Antigo Testamento
3. Os antigos
4. Os modernos
A) O Espírito (História pura dos espíritos)
B) Os possessos (História impura dos espíritos)
a) A assombração
b) A obsessão
C) Impura história impura dos espíritos
a) Negros e mongóis
b) Catolicismo e protestantismo
D) A Hierarquia
5. Stirner comprazendo-se com sua construção
6. Os Livres
A) O liberalismo político
B) O comunismo
C) O liberalismo humano
NOVO TESTAMENTO: “EU”
1. Economia da Nova Aliança
2. Fenomenologia do egoísta em acordo consigo mesmo ou a doutrina da justificação
3. Apocalipse de João, o teólogo, ou “a lógica da nova sabedoria”
4. A peculiaridade
5. O possuidor
A) Meu poder
I. O direito
A) Canonização em termos gerais
B) Apropriação pela antítese simples
C) Apropriação pela antítese composta
II. A lei
III. O crime
A) Simples canonização de crime e punição
B) Apropriação de crime e punição por meio de antítese
C) O crime na acepção comum e na acepção incomum
5. A sociedade como sociedade burguesa
II. A revolta
III. A associação
1. Propriedade fundiária
2. Organização do trabalho
3. Dinheiro
4. Estado
5. Revolta
6. Religião e filosofia da associação
A. Propriedade
B. Riqueza
C. Moral, intercâmbio, teoria da exploração
D. Religião
E. Adendo sobre a associação
C. Minha autofruição
6. O Cântico dos Cânticos de Salomão ou O Único
2. COMENTÁRIO APOLOGÉTICO
FIM DO CONCÍLIO DE LEIPZIG
VOLUME II
[Crítica do socialismo alemão em seus diferentes profetas]
O SOCIALISMO VERDADEIRO
I. DIE RHEINISCHE JAHRBÜCHER OU A FILOSOFIA DO SOCIALISMO VERDADEIRO
A) “Comunismo, Socialismo, Humanismo”
B) “Tijolos socialistas”
Primeiro tijolo
Segundo tijolo
Terceiro tijolo
IV. KARL GRÜN: “O MOVIMENTO SOCIAL NA FRANÇA E NA BÉLGICA” (DARMSTADT, 1845) OU A HISTORIOGRAFIA DO SOCIALISMO VERDADEIRO
Sansimonismo
1. Lettres d’un habitant de Genève à ses contemporains
2. Catéchisme politique des industriels
3. Nouveau christianisme
4. A escola sansimoniana
Fourierismo
O “obtuso Pai Cabet” e o senhor Grün
Proudhon
V. “O DR. GEORG KUHLMANN VON HOLSTEIN” OU A PROFECIA DO SOCIALISMO VERDADEIRO
APÊNDICE
I. KARL MARX – PRÓLOGO
II. JOSEPH WEYDEMEYER (COM A COLABORAÇÃO DE KARL MARX) BRUNO BAUER E SEU APOLOGISTA
III. TRECHO RISCADO NO MANUSCRITO DO CAPÍTULO “II. SÃO BRUNO” (1)
IV. TRECHO RISCADO NO MANUSCRITO DO CAPÍTULO “II. SÃO BRUNO” (2)
V. KARL MARX – 1. AD FEUERBACH (1845)
VI. KARL MARX – MARX SOBRE FEUERBACH (1845)
VII. KARL MARX – [SOBRE A FENOMENOLOGIA DO ESPÍRITO DE HEGEL]
VIII. KARL MARX – [PLANO DE TRABALHO SOBRE O ESTADO]
IX. KARL MARX – [ANOTAÇÕES ESPARSAS]
NOTAS
ÍNDICE ONOMÁSTICO
ÍNDICE DAS OBRAS CITADAS
CRONOLOGIA RESUMIDA DE KARL MARX E FRIEDRICH ENGELS
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