Doña Leocadia con su nieta Anita y la periodista argentina María Luisa Cernelli en México (1940) |
Em fevereiro, criou-se um novo núcleo de base da Juventude Comunista Avançando em Florianópolis, homenageando a heroína Leocádia Prestes (mãe do revolucionário comunista Luiz Carlos Prestes).
Reivindicamos o nome desta grande mulher, pois cumpriu um papel marcante na história das/dos lutadores no país. Embora pouca lembrada, o seu empenho foi central para a libertação dos presos políticos no Brasil. Leocádia esteve à frente da Campanha Prestes (1936-1945), na qual foi possível uma articulação internacional que gerou uma pressão da opinião pública mundial forçando as autoridades da Alemanha nazista a entregar a filha de Prestes e Olga à avó paterna, ainda que não tivesse conseguido libertar Olga, assassinada no campo de concentração de Bernburg em abril de 1942.
Leocádia Felizardo Prestes, mulher avançada e culta para a sua época, ainda muito jovem, escandalizou a família ao revelar o desejo de ser professora e trabalhar fora, o que era impensável para uma moça de seu nível social. Desde cedo, Leocádia manifestou interesse pelas artes, pela literatura, e também, pela política, interesse que, mais tarde, transmitiu aos filhos. Ao ficar viúva com filhos pequenos para criar, não hesitou em trabalhar, sustentando a família com sérias dificuldades. Começou a dar aula de idiomas e música, trabalhou de modista, foi balconista e costurou para o Arsenal da Marinha. Finalmente, em 1915, conseguiu ser nomeada professora de escola pública, como coadjuvante do ensino primário, cargo que exerceu até1930, quando viajou para o exterior. Trabalhava à noite, nos cursos noturnos destinados a comerciárias, operárias e domésticas.
Coragem e grande dignidade humana seriam traços marcantes da personalidade de Leocádia Prestes na luta cotidiana pela sobrevivência e educação de seus cinco filhos. A influência da mãe foi marcante para a formação do caráter de Luiz Carlos Prestes, o que mais tarde, seria sempre por ele reconhecido.
A história de luta de Leocádia Prestes, embora travada há mais de 80 anos, permanece viva no cotidiano das trabalhadoras brasileiras. O 8 de março deve ser mais um dia de luta contra toda forma de dominação/exploração sofrida pelas mulheres. No Brasil,a taxa de femicídio é de 15 mulheres por dia, mais de 5.600 mortes por ano, segundo dados oficiais do Ipea (2013). Para além das estatísticas, nossa luta deve ser para que as mortes das mulheres não se tornem mais um número.
As flores do 8 de março podem até deixar um sorriso no rosto das Marias.
As flores do 8 de março também podem estar no enterro das Marias.
Não queremos flores, queremos a emancipação humana!
Contém trechos extraídos do livro "Luiz Carlos Prestes: patriota, revolucionário, comunista", da historiadora Anita Leocádia Prestes (Expressão Popular, 2006).
DURA ELEGIA
(1943)
por Pablo Neruda, em homenagem a Leocádia
(...)
Senõra, hiciste grande, más grande, a nuestra América.
Le diste un río puro, de colosales aguas:
le diste un árbol alto de infinitas raíces:
un hijo tuyo digno de su patria profunda.
Senõra, hoy heredamos tu lucha y tu congoja.
Heredamos tu sangre que no tuvo reposo.
Juramos a la tierra que te recibe ahora
no dormir ni sonãr hasta que vuelva tu hijo.
Y como en tu regazo su cabeza faltava
nos hace falta el aire que en tu pecho respira,
nos hace falta el cielo que su mano indicaba.
Juramos continuar las detenidas venas,
las detenida llamas que en tu dolor crecían.
Juramos que las piedras que te ven detenerte
Van a escuchar los pasos del héroe que regresa.
El látigo y la espada que tus manos de madre
pasearon por la tierra como un sol justiciero
iluminan las manos que hoy te cubren de tierra.
Mañana cambiaremos cuanto hirió tu cabello.
Mañana romperemos la dolorosa espina.
Mañana inundaremos de luz la tenebrosa
cárcel que hay en la tierra.
Mañana venceremos.
Y nuestro Capitán estará com nosotros.
(...)
FONTE: JCA
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