Assista no link abaixo o interessante debate intitulado "O pensamento de J.C. Mariátegui e o Movimento Comunista", com Leila Escorsim (UFRJ) e Marcos Del Roio (Unesp Marília), realizado na Livraria Expressão Popular, no dia 11 de junho de 2012.
Apesar de ser o autor da primeira análise concreta da realidade
econômico-social da América Latina baseada no marxismo, José Carlos Mariátegui é
pouco conhecido entre os marxistas brasileiros. O debate discorreu sobre os principais aspectos da vida e da contribuição teórica e
prática do fundador do Partido Socialista do Peru e da Confederação Geral dos
Trabalhadores do Peru, e um dos mais importantes pensadores do marxismo
revolucionário latino-americano do século 20.
José Carlos Mariátegui nasceu
em Moquega, Peru, em 14/6/1894. De família pobre, autodidata, torna-se “artífice
de sua própria grandeza” e se abre “às questões de seu tempo, primeiro como
homem de imprensa, depois diretamente como ator político”. Forçado a deixar o
país, vai para a Itália, onde acompanha atentamente o movimento fascista, estuda
as suas bases sociais e, ao mesmo tempo, com interesse redobrado e adesão
intelectual e ideológica, analisa a formação da esquerda comunista. De volta ao
Peru, funda, em 1928, o Partido Socialista do Peru – a ele é atribuída a
Secretaria-Geral. Em novembro daquele ano publica 7 ensayos de interpretación de
la realidad peruana – a primeira análise concreta de uma realidade
econômico-social deste continente baseada no marxismo. Em 1929, funda a
Confederação Geral dos Trabalhadores do Peru (CGTP). Morre, em Lima, em
16/4/1930, com 36 anos incompletos. O corpo é velado na casa da Calle
Washington, izquierda por grupos de operários. Na tarde do dia seguinte,
milhares de trabalhadores, organizados pela CGTP, entoam a Internacional em sua
homenagem.
Seu projeto consistiu em trazer o Peru para a modernidade revolucionária do
século 20: segundo Mariátegui, seu tempo era o da revolução socialista mundial e
sua tarefa, enquanto comunista, era integrar seu país nesse movimento a que
atribuía caráter transcendente. Uma tal integração supunha conhecer a
particularidade histórica do Peru para, à base desse conhecimento e nas
fronteiras peruanas, promovendo o protagonismo autônomo dos trabalhadores,
articular o bloco social capaz de realizar a revolução. A revolução peruana,
para ele indissociável da revolução latino-americana e mundial, porém, só seria
pensável se os seus sujeitos pudessem oferecer uma programática política
abrangente, capaz de dar conta não só das dimensões estritamente
político-econômicas da sociedade peruana, mas também que cobrisse, ainda, as
dimensões da cultura.
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