Espetáculo da Cia Marginal, formada por atores-moradores do Complexo da Maré, costura sua poética encenação a partir de depoimentos de detentos
SERVIÇO:
Ô, LILI
Período: De 14 de abril a 20 de maio, aos sábados e domingos.
Horário: 20h
Local: Teatro da Cia dos Atores.
Endereço: Rua Manoel Carneiro, 10 e 12 – Lapa (Escadaria do Selaron).
Informações sobre ingressos: 9645-4884 (Bianca Fero).
Valor: R$ 20,00 (Meia entrada: R$ 10,00).
Baseado em uma série de conversas com pessoas presas em penitenciárias do município do Rio de Janeiro, Ô, LILI procura estabelecer uma conexão critica e criativa entre o universo prisional de regime fechado e a realidade dos espaços populares cariocas, submetidos hoje a uma série de restrições, como fronteiras do tráfico, muros e controle armado da polícia. Seguindo a linha de trabalho que vem se consolidando no grupo desde 2005, o processo de criação do espetáculo partiu de uma pesquisa de campo, realizada nos presídios Lemos Brito, em Bangu, e Oscar Stevenson, em Benfica, ambos no Rio de Janeiro. Ao longo de dois meses, foram mais de 1.200 minutos de conversas e entrevistas, cujo foco não eram os crimes supostamente cometidos pelos presos, a especificidade das penas que cada um deles, nem tampouco as possíveis denúncias ou queixas que quisessem fazer contra o sistema prisional. Ao contrário, o que se procurou explorar foi uma dimensão mais subjetiva da vida em regime fechado: a maneira como se constrói a intimidade em um ambiente cuja premissa é a subtração da privacidade dos indivíduos. Com Ô LILI (grito de liberdade usado pelos presos no momento de sua soltura), a Cia Marginal leva ao público um pouco do cotidiano de uma prisão de regime fechado. Os rituais de convivência, as hierarquias, a longa espera por cartas e visitas, os anestésicos espirituais são alguns dos temas que perpassam as relações entre seis presidiários na tentativa de sobreviver à falta de privacidade e ao tempo estático.
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