segunda-feira, 16 de setembro de 2013

“A teoria da revolução no jovem Marx”: Conferência de Michael Löwy


Michael Löwy apresentou conferência sobre seu livro “A teoria da revolução no jovem Marx” por ocasião do lançamento de sua nova edição ampliada, publicada pela Boitempo Editorial.
A conferência foi apresentada no Espaço Revista CULT em 19 de outubro de 2012.
Saiba mais sobre o livro aqui





Leia a orelha do livro, escrita por Antonio Carlos Mazzeo
Esta edição do clássico ensaio de Michael Löwy sobre o desenvolvimento da teoria da revolução no ideário de Karl Marx chega em boa hora, pois retoma um tema tão estratégico como cutoemancipação proletária. Escrito originalmente em Paris como tese de terceiro ciclo (Doctorat de Troisième Cycle), sob a orientação de Lucien Goldmann, o texto afrontou ps debates nas análises de Louis Althusser, principalmente a polêmica sobre a existência de um “corte epistemológico entre o jovem e o velho Marx.
A importância deste ensaio de Löwy é a de posicionar-se contra a definição althusseriana que esconde o próprio contexto sócio-histórico do desenvolvimento teórico marxiana e reduz suas categorias analíticas ao mero elemento epistemológico.  Ignorava-se, então, o que György Lukács definiu como a precoce presença de uma articulação do gnosiológico com um embrionário materialismo dialético nas críticas juvenis de Marx a Hegel, as quais possibilitaram a superação do limitado criticismo à gnosiologia esotérica realizado pela esquerda hegeliana.
Para Löwy, esse ponto estrutural da obra juvenil marxiana não resultou de uma mera crítica especulativa sobre Hegel. Ao contrário, foi a expressão de uma rigorosa práxis teórica, resultante da conexão entre ação política e reflexão sobre a realidade objetiva, que se desenvolveu rente às contradições indissociáveis do processo de concretização do capitalismo e das lutas operárias, principalmente após sua entrada na Rheinishe Zeitung [Gazeta Renana]; como lembra Löwy, Lênin destaca que é esse o momento em que Marx transita definitivamente do idealismo para o materialismo e do democratismo revolucionário para o comunismo.
Mas, para além de pôr no devido lugar histórico-teórico o processo de formação do pensamento de Marx  suas articulações, as rupturas e continuidades das formulações originárias do processo de construção de sua teoria social  este livro nos dá a oportunidade de retomar as atualíssimas questões da relação Estado c sociedade civil burguesa (bürgerlich Gesellschaft), di citoyen de vida pública e do bourgeoisou proletáire de vida privada, assim como dos limites da democracia burguesa, temas tratados com profundidade radical pelo jovem Marx e definidos por Friedrich Engels como o “reino idealizado da burguesia”.
– Antonio Carlos Mazzeo

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