Gabriela Néspoli,
Opera Mundi
Em artigo publicado nessa terça-feira (13), dia em que completou 87 anos, o líder cubano Fidel Castro descreve os momentos marcantes de sua carreira política, como o envolvimento do país na Guerra Fria, a Crise dos Mísseis e a amizade com o ex-presidente venezuelano Hugo Chávez.
Ao discorrer sobre a Guerra Fria, Fidel relembra que, inicialmente, Cuba não estava interessada em servir de base para os foguetes soviéticos por conta da intenção de ser um exemplo de independência para os países da América Latina. Segundo o líder da Revolução Cubana, a grande admiração pelo então premiê Nikita Kruschev e a defesa da “causa revolucionária” fizeram-no aceitar o pedido do comandante da URSS, que apresentava a instalação dos mísseis em solo cubano como uma arma de persuasão imprescindível para a defesa do socialismo.
Apesar da enorme admiração pela União Soviética, que firmou importantes parcerias comerciais com Cuba após os embargos estadunidenses atingirem o país, Fidel assume que “deixaria de ser transparente se não apontasse um momento azedo nas relações com a URSS”. Este seria o acordo firmado entre Kruschev e o presidente Kennedy, que culminou na retirada dos foguetes soviéticos de Cuba, ação articulada sem a consulta do ex-presidente cubano.
Fidel também relembra o aviso dado, na década de 1980, pelo então presidente da URSS, Yuri Andropov, que teria lhe informado que, caso os Estados Unidos invadissem o país caribenho, os cubanos teriam de lutar sozinhos. No entanto, ele poderiam contar com o abastecimento de armas gratuitamente pela URSS.
No texto, o líder da Revolução Cubana também afirma que hoje “guarda uma lembrança especial do melhor amigo que tive em meus anos de atividade política”, se referindo ao ex-presidente da Venezuela, Hugo Chávez, para quem dedica alguns parágrafos da narrativa. Num deles, o autor destaca que tanto Chávez, um “homem de ações e ideias”, quanto o libertador Símon Bolívar, “reuniram a grandeza suficiente para ocupar um lugar de honra na história humana”.
O texto faz parte da série “Reflexões”, que começou a ser publicada durante a convalescença do ex-presidente. Sobre esse período, o líder da Revolução Cubana afirma que, ao deixar a Presidência, em 2006, estava longe de imaginar que viveria por mais sete anos. No entanto, Fidel relata que está aproveitando a convalescência para ler e estudar, fazendo descobertas que estão surpreendendo a todos.
Leia o artigo na íntegra (em espanhol) em: CubaDebate
FONTE: Brasil de Fato
Cubanos visitam exposição fotográfica em homenagem ao ex-presidente na capital Havana
Nenhum comentário:
Postar um comentário