Por Paschoal Lemme
Trecho do trabalho apresentado na II Conferência
Mundial de Educadores, convocada pela Federação Internacional Sindical do
Ensino, reunida em Varsóvia, em julho de 1957.
Somente a
libertação das grandes massas rurais das atuais condições de pauperismo poderá
permitir que elas possam a vir se beneficiar da instrução e da cultura; somente
uma economia independente e a consequente industrialização darão às classes
trabalhadoras das cidades condições de vida capazes de lhes permitir aspirar para si e para os
filhos uma frequência regular às escolas até aos níveis mais altas.
Somente uma
economia independente, livre das atuais deformações, dará possibilidade a
governos democráticos de aumentar substancialmente os orçamentos para a
educação e a cultura, para construir e equipar convenientemente as escolas
necessárias, para proporcionar aos educadores as condições de trabalho e os
níveis de salários compatíveis com a dignidade de sua missão.
Enfim, somente
em regimes verdadeiramente democráticos, as culturas nacionais de nossos países
poderão se desenvolver plenamente, libertando-se dos fatores de deformação que
agem sobre elas através de poderosos instrumentos de propaganda e divulgação de
massa de que dispõem o imperialismo e as forças reacionárias, nacionais e
internacionais. (...)
A hora que
vivemos é a da “tomada de consciência dos povos denominados subdesenvolvidos
que não querem mais se submeter às espoliações econômicas e às servidões
ideológicas”, mas querem formar livremente ao lado de todos os outros,
contribuindo com os dons de suas culturais nacionais e recebendo a contribuição
de todas as experiências, no sentido do progresso, do desenvolvimento. É essa
portanto, também, a meta dos educadores, se querem estar identificados com seus
povos nessa luta.
(LEMME, Paschoal. Problemas Brasileiros de Educação. Rio de Janeiro: Vitória, 1959, p. 187-188).
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