Por Marcos Cesar de Oliveira Pinheiro
Professor de História - Matrícula 6273-1
Escola Municipal Padre José Dilson Dórea
Apoio e solidarizo-me com as professoras e os professores da Escola Municipal Francisco de Assis Medeiros pela paralisação desta quarta-feira, 24 de abril de 2013.
Não se pode negar a legitimidade desta manifestação em repúdio à falta de uma real e efetiva política de valorização do magistério por parte do governo municipal de Rio das Ostras.
Depois de ser imposto ao magistério deste município, pelo governo anterior, um plano de carreira medíocre, definido como "instrumento normativo" e recheado de arbitrariedades, o novo governo desta cidade, agora, se nega a garantir o cumprimento dos poucos direitos que constam deste espectro de plano de carreira. Os primeiros meses deste ano têm sido extremamente difíceis financeiramente para os professores da rede pública de Rio das Ostras. O descontentamento é enorme por causa disso, somando-se à falta de condições de trabalho nas unidades escolares.
Frente à enfadonha burocracia estabelecida nas fórmulas desgastadas de agir das organizações de classe e ao desespero quando atingidos no próprio bolso, os indivíduos são compelidos a agir através de uma dinâmica própria para se motivarem e se mobilizarem em torno de suas reivindicações mais imediatas.
A História movimenta-se através de ritmos, que são em determinadas fases mais lentos e, em outras, mais acelerados. Os homens fazem a sua própria história, expressando seus anseios e atuando dentro das circunstâncias históricas concretas, podendo alcançar vitórias, mas também colher derrotas, uma vez que o rumo do desenvolvimento histórico jamais está pré-traçado. Tudo depende da correlação concreta de forças em cada momento.
Cada indivíduo e cada grupo social, a seu modo, precisa fazer a própria experiência organizativa para desenvolver a consciência. Dentro ou fora das entidades de classe - e elas não devem ser descartadas -, deve-se buscar o sujeito coletivo - que expresse não só a soma numérica, neste caso, da categoria docente, mas também que seja portador de uma consciência de classe.
Os desejos de superação da situação em que se encontram, fazem florescer tentativas de formas organizativas de movimentos que apontam para a solução das reivindicações mais imediatas. Apesar dos entusiasmos da ação empreendida, depois de pouco tempo de mobilização, surge a necessidade de um mínimo de organização. Trata-se de algo fundamental: para que derrotas temporárias sofridas ao longo da dinâmica de luta não leve à categoria a se recolher na passividade e cada um ir cuidar de seus próprios afazeres.
Por isso, o momento imediato é de hipotecar solidariedade ao movimento dos docentes da Escola Municipal Francisco de Assis Medeiros, para que não fique como um episódio isolado, mas se traduza como expressão do descontentamento e revolta dos profissionais da educação de Rio das Ostras pela situação degradante a que estão sendo submetidos.
Daqui pra frente, tudo dependerá da correlação concreta de forças. Espero, sinceramente, que o Sepe - Núcleo Casimiro de Abreu e Rio das Ostras - e o SindServ-RO saibam acompanhar o ritmo da História vivenciado neste momento, ou seja, se articular com o movimento real das lutas. Apesar da fragilidade das organizações de classe, isso não quer dizer que elas já não representam nada ou se tornaram totalmente obsoletas. São aliados importantes, inclusive para garantir amparo legal no desdobramento dos acontecimentos.
"É preciso ser consequente até o fim." (Oscar Niemeyer)
Suas palavras captaram com maestria nosso momento atual na educação pública de Rio das Ostras. Eu também não me retiro da luta!
ResponderExcluirMario Luiz