O ministro Fernando Haddad (Educação) "clamou" aos senadores que o debate sobre material didático não siga a "clivagem partidária". O titular do MEC (Ministério da Educação) se apresentou na manhã desta terça-feira (31) na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) do Senado.
Para ele, o "contexto precisa ser analisado" ao se referir à polêmica criada ao redor do livro de EJA (educação de Jovens e Adultos) que considerava corretas frases que não respeitavam a concordância da norma culta. Ou seja, pode-se dizer "Os livro ilustrado mais interessante estão emprestado" e outras sentenças do tipo.
"Eu tenho uma lista com mais de 20 artigos de especialistas dizendo que o que se fala sobre o livro não é verdade", disse o ministro que citou, em especial um texto de Sergio Fausto, diretor do IFHC (Instituto Fernando Henrique). "Ninguém menos que o diretor executivo do IFHC teve a dignidade de publicar um artigo lúcido colocando pingos nos is", disse.
Os senadores questionaram o fato de um livro distribuído pelo MEC -- e pago com dinheiro público -- ensinar a falar errado. Pediram que o livro fosse recolhido, ao que o ministro respondeu ser impossível uma vez que a escolha do titulo passou por todos os trâmites do PNLD (Programa Nacional do Livro Didático). O rito inclui a avaliação por comissões independentes.
Ler para debater
"Não posso fazer avaliação de um livro com base numa frase pinçada", afirmou o ministro aos senadores. Segundo ele, "foi bom deixar o debate decantar" e esperar o apoio dos especialistas. "O caso ganhou um clamor tão grande que foi preciso dizer que o livro atende aos PCN [Parâmetros Curriculares Nacionais] que nem são do governo Lula, mas do governo Fernando Henrique", disse.
O ministro atendeu quase 15 dias depois ao convite dos senadores. O convite incial era para discutir uma outra polêmica sobre livros aprovados pelo governo federal que criticariam a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e elogiariam o governo Lula. Na ocasião, integrantes da Comissão de Educação do Senado se recusaram a debater o assunto com os três representantes do MEC enviados no lugar do ministro. Os senadores ficaram irritados porque ele teria confirmado a presença. O ministro diz ter avisado que não poderia comparecer.
FONTE: UOL Notícias Educação
Nenhum comentário:
Postar um comentário