Um fantasma ronda permanentemente o mundo burguês. É preciso matar Marx. A própria burguesia já afirmou, repetidas vezes, não apenas a morte do revolucionário alemão, mas a vitória definitiva do capitalismo. Marx irritantemente para ela permanece atual. E permanece porque apesar dos discursos apologéticos burgueses o capitalismo não resolveu, e nem poderá, sem se negar, as contradições que levam este modo de produção e de vida a ser incompatível com a imensa maioria das populações em escala planetária. O capitalismo para existir necessita destruir, sem cessar, culturas, historicidades, modos de vida. Porque não consegue eliminar seus opositores? Guevara questionado sobre seu radicalismo respondeu que não era radical, a realidade é que era. E é essa radicalidade – produzida pela tentativa capitalista de tornar dispensável a imensa maioria do planeta – que permite – exige, melhor dito – que povos e culturas, historicidades e experiências de classe não apenas sobrevivam, mas entrem em contradição e luta com seus dominantes.
FONTE: DIAS, Edmundo Fernandes. "Marx e Gramsci: sua atualidade como educadores". In: Marx, Gramsci e Vigotski: aproximações. Organizadores: Sueli Guadalupe de Lima Mendonça, Vandei Pinto da Silva e Stela Miller. Araraquara, SP: Junqueira&Marin; Marília, SP: Cultura Acadêmica, 2009, p. 23-24.
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