Por Gustavo Duch Guillot
Do Galicia Hoxe,/ Espana
Uma parte da História não é contada nos livros escolares.
As bibliotecas esqueceram dela, que somente enche as páginas dos registros de óbitos.
As corporações responsáveis por eles – as fábricas de agrotóxicos – estão tranquilasenquanto suas poções para o cultivo de alimentos são irrespiráveis, e sem respirar não se vive.
Abaixo, vejas as passagens ignoradas:
Guerra Civil nos Estados Unidos- A maior fornecedora de pólvora para o Exército da União foi a DuPont. A DuPont, inventora dos CFC (substâncias daninhas para a camada de ozônio) hoje continua com os negócios químicos. É dona da Pioneer, uma das produtoras de sementes transgênicas resistentes aos agrotóxicos, especialmente ao glifosato.
Segunda Guerra Mundial- O gás Zyklon B, que era utilizado nas câmaras de extermínio nazistas, era um inseticida fabricado pela IG Farben. Milhares de seres humanos souberam disso. A herança da IG Farben foi repartida entre Bayer, Basf e Hoechst. Tudo, exceto as responsabilidades penais.
1945- Enquanto a bomba atômica mutilava Hiroshima, no Japão, um navio americano também viajava para o país. Em seus compartimentos de carga, transportava agrotóxicos. A guerra em que seriam estreados teve que aguardar. O “agente laranja” destruíu milhões de hectares de florestas e cultivos na guerra do Vietnã. Somente os soldados americanos afetados pelos efeitos cancerígenos do veneno da Dow Chemical e Monsanto receberam indenizações.
1984- A fábrica de pesticidas da Union Carbide em Bophal, na Índia, cuspiu veneno e mais de 10 mil pessoas morreram em poucos dias. Outras 15 mil morreram nos anos seguintes e mais de 100 mil continuam com problemas de saúde. A Dow Chemical, que comprou a Union Carbide, tinha aprendido o negócio: a transação não incluiu a responsabilidade sobre o acontecido.
1989- Os Estados Unidos proibiram o uso do agrotóxico Nemagon. A Dow Chemical, sua produtora, sabia dos seus efeitos sobre a saúde das pessoas, mas prolongou a venda nas plantações da América Central. Somente na Nicarágua morreram mais de 1400 trabalhadores e trabalhadoras expostos ao veneno.
2010- Fecha-se o círculo. Uma revista científica publica um estudo que demonstra que malformações observadas em humanos são compatíveis com a exposição ao glifosato durante a gravidez. Mas a substância continua em expansão na soja transgênica, devota do glifosato de companhias como a Monsanto, DuPont ou Bayer.
Os bancos da justiça (des)esperam.
(Tradução do espanhol: Renzo Bassanetti)
Do Galicia Hoxe,/ Espana
Uma parte da História não é contada nos livros escolares.
As bibliotecas esqueceram dela, que somente enche as páginas dos registros de óbitos.
As corporações responsáveis por eles – as fábricas de agrotóxicos – estão tranquilasenquanto suas poções para o cultivo de alimentos são irrespiráveis, e sem respirar não se vive.
Abaixo, vejas as passagens ignoradas:
Guerra Civil nos Estados Unidos- A maior fornecedora de pólvora para o Exército da União foi a DuPont. A DuPont, inventora dos CFC (substâncias daninhas para a camada de ozônio) hoje continua com os negócios químicos. É dona da Pioneer, uma das produtoras de sementes transgênicas resistentes aos agrotóxicos, especialmente ao glifosato.
Segunda Guerra Mundial- O gás Zyklon B, que era utilizado nas câmaras de extermínio nazistas, era um inseticida fabricado pela IG Farben. Milhares de seres humanos souberam disso. A herança da IG Farben foi repartida entre Bayer, Basf e Hoechst. Tudo, exceto as responsabilidades penais.
1945- Enquanto a bomba atômica mutilava Hiroshima, no Japão, um navio americano também viajava para o país. Em seus compartimentos de carga, transportava agrotóxicos. A guerra em que seriam estreados teve que aguardar. O “agente laranja” destruíu milhões de hectares de florestas e cultivos na guerra do Vietnã. Somente os soldados americanos afetados pelos efeitos cancerígenos do veneno da Dow Chemical e Monsanto receberam indenizações.
1984- A fábrica de pesticidas da Union Carbide em Bophal, na Índia, cuspiu veneno e mais de 10 mil pessoas morreram em poucos dias. Outras 15 mil morreram nos anos seguintes e mais de 100 mil continuam com problemas de saúde. A Dow Chemical, que comprou a Union Carbide, tinha aprendido o negócio: a transação não incluiu a responsabilidade sobre o acontecido.
1989- Os Estados Unidos proibiram o uso do agrotóxico Nemagon. A Dow Chemical, sua produtora, sabia dos seus efeitos sobre a saúde das pessoas, mas prolongou a venda nas plantações da América Central. Somente na Nicarágua morreram mais de 1400 trabalhadores e trabalhadoras expostos ao veneno.
2010- Fecha-se o círculo. Uma revista científica publica um estudo que demonstra que malformações observadas em humanos são compatíveis com a exposição ao glifosato durante a gravidez. Mas a substância continua em expansão na soja transgênica, devota do glifosato de companhias como a Monsanto, DuPont ou Bayer.
Os bancos da justiça (des)esperam.
(Tradução do espanhol: Renzo Bassanetti)
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